À LUTA EM DEFESA DA VIDA: GREVE OU DESOBEDIÊNCIA CIVIL CONTRA A POLÍTICA GENOCIDA DO GOVERNO LEITE!

Os Comunistas do PRC trabalhadores na educação estadual do Rio Grande do Sul, preocupados com o perigo da volta as aulas presenciais determinadas pelo governo Eduardo Leite, elaboraram um documento na qual denunciam o descaso do governo com a vida da Comunidade Escolar, bem como, as alternativas de luta para preservar a saúde e a integridade de Professores, Estudantes e Funcionários da Educação Gaúcha. Abaixo a integra do documento:

À LUTA EM DEFESA DA VIDA: GREVE OU DESOBEDIÊNCIA CIVIL CONTRA A POLÍTICA GENOCIDA DO GOVERNO LEITE!

Diante da insana determinação de retorno das aulas presenciais no RS apresentada pelo governo Leite, em meio à pandemia, é preciso que as forças políticas de esquerda se posicionem urgentemente. Mais do que isso, é necessário que estas forças ofereçam perspectivas claras de luta e resistência para nossa categoria. Tanto uma greve quanto a Desobediência Civil, são mecanismos que podem ser utilizados nesta luta.

Frente a posturas como as de Leite, a Greve já é uma alternativa encontrada por trabalhadores(as) da educação de diferentes municípios e estados de nosso país. Um destes casos é o dos(as) educadores(as) do Estado do Paraná, que em assembleia on-line, deliberaram por greve caso o governo paranaense defina o retorno presencial para as escolas.

O encaminhamento da greve, mediante a proposta genocida de retorno presencial das aulas em meio à pandemia, é sem dúvida um encaminhamento lúcido, combativo e consequente. É luta construída com o protagonismo daqueles(as) que estão mais diretamente ligados a este retorno, os(as) trabalhadores(as) da educação , que com esta atitude deixam de esperar por um improvável bom senso dos governos e passam a definir e exigir com suas próprias mãos, o direito de defender sua vida. Contra governos reacionários de direita e de extrema direita, agir antecipadamente é o melhor caminho, pois esta atitude dificulta que barbaridades genocidas como o encaminhamento de retorno das aulas presenciais em plena pandemia em nome do capital aconteçam! Sabemos que estes governos inimigos do povo, por conta de sua concepção salvaguardam os interesses de empresários e atuam pela eliminação sistemática dos pobres, projetos aos quais estão absolutamente alinhados. Portanto, abrir mão de uma greve política, em defesa da vida e contra os assassinos do povo, é decapitar a própria luta.

No RS viemos de uma greve de mais de 100 dias. O corte do ponto parcelado “infinitamente” em virtude da greve, nas palavras do governo fascista de Leite, foi uma medida pedagógica para dar uma lição aos(às) trabalhadores(as) da educação que ousaram se levantar contra ele. O direito de greve e de luta, mesmo sob o achatamento salarial extremo, para governos de direita tal qual o governo Leite, é um desacato e o pagamento com “chicotadas” no entendimento dele, é a melhor forma de correção. Para muitas forças políticas que compõe a categoria dos trabalhadores (as) da educação do estado do RS, essa conduta do governo já “adestrou” os(as) servidores(as) estaduais por meio da “lição” ofertada com sua pedagogia da opressão e afirmam que nesse momento “greve, nem pensar!”.

Uma greve, no entanto, sem a concordância das direções dos movimentos só seria possível se a categoria passasse por cima da retranca destas lideranças e tomasse a dianteira do movimento. Aparentemente isso é difícil de ocorrer, mesmo com a maioria esmagadora dos pais, estudantes e professores(as) sendo terminantemente contra o retorno presencial das aulas em meio a pandemia. O medo e a “pedagogia do chicote” têm falado muito alto no bolso dos educadores de nosso estado. Porém, é preciso que se perceba que uma coisa é inconteste: ou tomamos a dianteira nesse episódio de defesa da vida, da saúde, da educação, ou vamos pagar um preço muito alto! Pagaremos, não com o nosso já destruído Plano de Carreira, ou com o nosso já achatado e mísero salário, mas com a vida de muitos dos nossos colegas, pais, avós, estudantes, por fim, com a vida de grande parte da comunidade gaúcha, sem que com isso, em nada altere positivamente a situação já precária da educação que vem sendo desmantelada de cima para baixo.

Se diante das dificuldades e da eficiência vitoriosa da “pedagogia do chicote” a greve não é um caminho possível em nosso estado (já que grande parte das forças políticas presentes nas bases e direções do CPERS/Sindicato assumiram essa premissa), precisamos refletir e apontar para categoria qual seria o caminho possível para travar a resistência à insanidade genocida de retorno às aulas presenciais em meio à pandemia. Para o PRC, retornar fazendo “beicinho”, reclamando, dizendo ser contra, não é uma proposta que oferte a dignidade merecida por nossa categoria. Portanto, diante da indisposição quase generalizada das forças que atuam no CPERS/sindicato com relação à greve, entendemos que a luta pela resistência passa hoje, no mínimo, por uma Desobediência Civil.

Nossa proposta de Desobediência Civil aponta que a categoria, orientada por decisão de uma Assembleia Geral, que poderia ocorrer até o dia 09 de outubro de 2020, deve se negar a voltar à escola de forma presencial enquanto não houver vacina e ambiente seguro para que as aulas neste formato aconteçam. A Desobediência Civil em defesa da vida propõe, pelo menos, em um primeiro momento, dar continuidade às atividades que até agora foram realizadas por meio do Ensino Remoto. Mesmo com todos os limites e discrepâncias que este tipo de ensino evidencia, uma postura de desobediência neste momento serviria para impedir o argumento do governo que justificasse o tão temido corte de ponto. Neste caso, o governo não poderia afirmar que os(as) trabalhadores(as) em educação não estariam trabalhando e, assim, “mais protegidos”, os(as) servidores(as) poderiam ficar mais mobilizados e com coragem. E, com o já citado apoio da comunidade em geral, teria em suas mãos um potente, eficaz e real instrumento de resistência à insanidade genocida do governo Leite, coisa que até o momento, as vésperas desse retorno presencial, ainda não temos e nem perto estamos de ter.

De forma alguma devemos ficar de “mãos atadas”, a esperar por uma conduta avançada de setores que já golpearam a nação, roubaram a previdência dos(as) trabalhadores(as), desmoralizam a todo o instante o setor público, acabam com as leis trabalhistas e sentenciam à morte os(as) trabalhadores(as) em época de pandemia, onde no Brasil, já ultrapassa os 140 mil mortos, e no RS em torno de 4500 vidas perdidas.

Agora é Desobediência Civil em defesa da vida!

Fora Bolsonaro e sua corja!

Fora Leite Genocida!

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