A Esquerda Unida, Une o Povo

Foi a esquerda brasileira que permitiu uma sequência de erros por parte da extrema direita e da direita nesses últimos seis meses. Mesmo não tendo conseguido dimensionar e envolver o quanto de massas que pretendia, pelo menos, o último ato de julho foi resultado do ato de maio, o movimento trouxe às ruas uma mobilização que não se via desde que Bolsonaro assumiu o governo golpista. Este primeiro ato e logo em seguida o segundo fez com que a terceira força, que se encontrava apática, ocupasse de vez o cenário Nacional. Saía das mídias para ocupar as ruas, derrotando o negacionismo interno daqueles que se recusavam a ocupá-las. Esse fato em si já significava uma grande vitória.

A palavra de ordem Fora Bolsonaro já não encontrava mais resistência na maior parte da esquerda, a não ser em certos elementos que ignoravam essa luta, como sendo apenas chavão popular e idealista, ao qual diziam que não deveríamos abraçar. Porém, hoje essa posição na esquerda está completamente superada, é Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja. Mas o primeiro ato, como falamos acima, modificou as forças internas em nosso país. De uma luta centrada institucionalmente nos órgãos de Estado, entre a extrema direita e a direita, a partir desta data 29 de maio, a burguesia teve que correr atrás do prejuízo.

A própria CPI foi fruto da mobilização da esquerda, que vinha em vários movimentos desde março, na tentativa de sair às ruas. Antes que pudesse explodir (os movimentos de rua), a direita lançara no cenário a dita CPI, para ver se aquietava determinados setores, que já protestavam de forma espontânea. Portanto, a CPI não contribuiu para os movimentos de esquerda e populares, pelo contrário, tentou esvaziá-los. As próprias vacinas, vieram na velocidade dos movimentos de rua, pressionados por ela. Aquelas decaíram, quando esses diminuíram. É importante destacar que, ao explodirem nas ruas esses movimentos, a direita e a extrema direita começaram a agir mais depressa, e tentavam mostrar forças diante das manifestações populares. A direita começou a prender bolsonaristas, e estes começaram a radicalizar e fazer corridas de motocicletas em alguns estados do país, alavancando apoiadores.

Sendo picotado nas instituições pela ação da direita, e vendo crescer sua rejeição pelo crescimento da esquerda, de Lula e das manifestações pelo Fora Bolsonaro, no dia 07 de setembro, não viu outro caminho a não ser mobilizar forças para o aprofundamento do golpe. Forçado pela esquerda, Bolsonaro forçou o golpe e certamente não teve correspondência nas forças armadas. Não deu tempo de combinar com a direita, fracassou por conta do desespero. Mas a direita não deixou o “irmão mais radical” na mão, e chamou o golpista mor (Michel Temer), para dar uma saída conciliadora. Aliás como é marca histórica em nosso país. O que não colou foram as tentativas de querer fazer de Bolsonaro, um cagão que não conseguiu levar adiante as perspectivas fascistas, em um Estadista. Aí, já faz parte da comédia central.

Mas o que queremos reforçar aqui é a importância da esquerda durante o ano de 2021. Sem ela, o cenário no Brasil seria outro com certeza. Ao entrar decisivamente no cenário, alterou-se a composição da luta de classes no país. E alterou, porque é a única que pode vencer o golpe e a extrema direita, pois tem força popular nas ruas. Em um cenário polarizado como este em que vivemos, a direita não mobiliza ninguém nas ruas, sendo por isso que, ao conciliar e perder a mobilização de rua, o bolsonarismo deixa de ocupar esse espaço pelo menos por hora. É por isso que os oportunistas do MBL, do PSDB, Vêm Pra Rua e outras organizações de direita saem, lançando-se na perspectiva de não apenas ocupar o espaço deixado pelos seus irmãos adotivos bolsonaristas, mas para impedir que a esquerda cresça e ocupe todo o espaço na rua.

Queremos destacar que, no entanto, a direita agora no comando e conciliando os interesses da extrema direita, o cenário é muito mais perigoso. Se antes estavam em separado na disputa pelo espaço no golpe, agora a extrema direita e a direita estão juntas a pensar. É lógico que tem diferenças e uma série de contradições impostas pela própria crise do Capital que arrasta à quebradeira uma série de burgueses, bem como com uma situação explosiva interna do ponto de vista do desemprego, da fome e da miséria. A saída para estas crises é sempre bélica, militar, isto é, afundar o proletariado sob a ação aberta da guerra. Por isso, jamais podemos subestimar tal situação.

No entanto, objetivamente, só quem pode deter este caminho é a unidade da esquerda junto ao proletariado, construindo uma saída popular, soberana e socialista. Por isso, dia 02 de outubro é dia de demonstrar aos nossos inimigos de classe que estamos convencidos no caminho que abraçamos, ou seja, Fora Bolsonaro Mourão e sua Corja, abaixo o Fascismo, em defesa de uma pátria livre, soberana e socialista.

02 de outubro, dia de luta pelo Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja.

Ousar lutar, ousar vencer.

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