O que há de novo e velho na conjuntura atual

Talvez seja neste cenário de golpe no Brasil, que ora avança e ora lhe falta força para seguir adiante, que se apresenta ou reflete a nova e velha conjuntura atual. Não há dúvidas de que as forças golpistas estão de prontidão, tais como as Forças Armadas, o latifúndio (conhecido como o agronegócio), a pequena burguesia que celebra as migalhas da mais valia eclipsadas pelo capital financeiro (a dita classe média), a grande burguesia brasileira, bem como os banqueiros de toda a ordem e os monopólios internacionais de olho nas estatais e na Amazônia brasileira. Enfim, gente que ganhou muito e encheu os bolsos no governo do genocida.

Nessa conjuntura nova e velha atual,  os EUA são os mais vulneráveis. As diferenças entre Democratas e Republicanos, em relação aos golpes e apoio ao fascismo mundial, no entanto, são de continuidade, são velhas. Basta lembrar que foi no governo Obama que muitos golpes na América Latina aconteceram, inclusive no Brasil e na Ucrânia, sendo que, neste último país, o ataque diuturnamente aos comunistas, democratas e progressistas não teve trégua; aniquilou-se qualquer oposição. Foi o próprio Biden que conduziu o processo na Ucrânia, tendo o seu filho à frente do processo de nazificação e fascistização nesse país. Deu-se a comprovação de laboratórios que desenvolviam vírus e bactérias, como armas de guerra, para desestabilizar a Rússia e depois investir contra a China. Se compararmos o projeto fascista em curso colocado pelos Democratas, as iniciativas fascistas de Trump vão parecer tímidas. No entanto, é perda de tempo tentar discernir quem é mais ou menos fascista neste momento, os governos seguem a tradição do império e da burguesia imperialista.

Na conjuntura nova, grande parte diz respeito à crise do capital que vem se aprofundando a cada ano desde 2008. A crise não é nova, no entanto é muito maior do que aquela de 1929 que levou à Segunda Guerra Mundial. Nesta época, a guerra foi parteira da crise, bem como na Primeira Guerra Mundial. Aliás, como bem diz Marx, a guerra e as pilhagens são as formas com que a burguesia sai da crise. À medida que a crise se intensifica, o caminho da guerra se torna mais decisivo. É por isso que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que alguns pensavam que não passaria de uma semana, já vai completar seu primeiro ano. Mas essa guerra tão necessária para os EUA e o mundo imperialista, também tornou-se um pesadelo, abriu feridas não imagináveis e acentuou-se ainda mais o quadro de crise. E sem uma saída imediata, o cheiro de uma nova Hiroshima e Nagasaki já se manifesta no ar.

Mas antes que isso aconteça (uma guerra nuclear), guerras híbridas, golpes e disseminação da ideologia anticomunista, neofascista, já estão sendo disseminadas e isso também não é nada novo. A ideia principal é pressionar para que seus inimigos cometam um erro grave, para daí em frente tomar todas as medidas para retomar o controle do mundo. A Rússia e a China dizem que este mundo unipolar, não existe mais, que isso já está sacramentado. É lógico que os EUA discordam disso, mas também reconhecem que a peleia é grande, dado os inimigos e a crise que lhes pesa nos ombros. Foram corridos do Afeganistão, não sustentaram um golpe de Estado na Bolívia nem um ano sequer; a Nicarágua segue avançando em sua soberania, Cuba resiste, a Venezuela já reativou o comércio com os EUA (que não reconheciam o seu governo), a América Latina voltou a ter vários governos de esquerda e o próprio Brasil, depois do golpe de 2016, voltou a eleger Lula a presidente.

A guerra na Ucrânia ao mesmo tempo que abre uma solução para as velhas saídas para a crise ianque, para o mundo imperialista, a resposta da Rússia traz novidades. Abortou em partes, uma missão estratégica de continuidade de dominação do mundo, elaborada há 14 anos e que teve Biden como protagonista. A unidade entre a Rússia e a China é um pesadelo para a Otan e isso é totalmente novo em nossa conjuntura. Os americanos devem ter já inúmeras vezes pensado: “como deixamos isso acontecer”. Pode ter sido um erro estratégico dos EUA nessa particularidade ( unidade China e Rússia), mas sendo o socialismo é inevitável, aquilo que aparece para os fascistas como erro, em essência são os limites do imperialismo, da burguesia, do modo de produção burguês, do Capital. A revolução é uma lei das Sociedades de classe, e a dialética ri do velho, que pensa ter sempre todo o controle de tudo.

Nesses limites é que vemos todo o poder do império se contradizer, pois sequer conseguiu destruir a Venezuela. No entanto, os limites dele também são os nossos. E foi no limite de não construir um caminho bolchevique para o mundo que a Social Democracia cresceu, tornou-se aliada do imperialismo quando as suas dificuldades aumentam. O socorro branco vem correndo, avança a unidade em torno da “grande e única saída” a democracia liberal, que segundo seus defensores há de permanecer eternamente. O Fascismo defendido pela extrema direita de um lado e democracia universal e eterna defendido por outra parte da burguesia, pequena burguesia, são faces opostas da mesma moeda.  Seu valor de uso é o mesmo, aniquilar o partido revolucionário e daí tirar o proletariado do rumo da revolução. A diferença é na forma, os objetivos são o mesmo, acabar com o Socialismo. Nessas épocas de crise e de guerra, se não for construída a ferramenta para tomar o céu de assalto, os êxitos dos fascistas permanecerão.

Por fim, o apoio ao Bolsonaro e às suas corjas segue pelo imperialismo, pois representam, sem dúvida alguma, parte tão importante na luta de classes quanto àqueles que defendem a democracia burguesa. Daí pensar que o golpe não tem mais forças, é caminhar para uma concepção unilateral, isto é, que a burguesia já está com o controle total da conjuntura política no Brasil, e que as perspectivas fascistas podem ser desmanteladas. Essa ideia além de não corresponder com a realidade de crise profunda, faz com que a esquerda se desarme totalmente, como já se viu no dia 08/01. Aliás da mesma forma seguem aqueles que defendem que o pior já passou.

A divisão entre direita e extrema direita é a face da outra moeda, de onde parte dos monopólios dos meios de comunicação ocupam e assumem a posição de defensores máximo da democracia liberal universal e arrastando com ela toda a pequena burguesia e os partidos Sociais Democratas. Essa conjuntura não é nova também, estão dentro dos scripts do domínio do mundo pelo Pentágono. Nem mesmo a aparente radicalidade de parte da direita, do STF,  da justiça, e de outros tantos que começarão a condenar os atos fascistas é novidade.

O novo nessa conjuntura é a posição do povo latino americano, que parece dizer abertamente que não quer viver como antes e os de cima estão realmente com grande dificuldade de comandar. Mas o novíssimo, ou a negação da negação desta conjuntura, é a organização revolucionária, o Partido Comunista. Só ele pode abrir ou dar as conjunturas velhas e novas que aparecem sob o Capital, as repostas a altura das necessidades históricas, isto é, a revolução e o Socialismo.

Por isso, todo o empenho a construção do novíssimo no Brasil, a vanguarda proletária.

Abaixo o fascismo.

Contra o Imperialismo

Povo às ruas

Pela defesa da soberania popular no rumo do socialismo.

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