Fascismo: como combatê-lo

A Fundação Perseu Abramo promoveu um Curso Nacional para seus filhados, com a insígnia: “Fascismo, ontem e hoje, entender para derrotar”. Em quase todos os partidos de esquerda, esta tem sido a mesma preocupação, entender o Fascismo para derrotá-lo.  Também pretendemos dar a nossa contribuição para esse debate. Das resoluções apontadas pelo professor Lincoln Secco ou a síntese desse curso sobre o Fascismo, algumas características são dimensionadas por ele ao Fascismo: 1) Como produto da época do capitalismo em sua fase imperialista; 2) a relação com a irracionalidade principalmente da pequena burguesia 3) o anticomunismo; 4) a defesa contra a institucionalidade e a de apropriação dela e 5) o culto à morte.

Na constatação desses elementos, ficaram duas coisas muito claras: primeiro, que o Bolsonarismo se ajusta em todos os itens apresentados e, segundo, que há uma distância entre o movimento fascista até o regime fascista. A constatação é que no Brasil, o governo Bolsonaro até conquistou o poder de governança do Estado, mas ainda não está posto o regime fascista, isto é, não se concluiu esse movimento. Segundo as suas análises, o protofascismo é o movimento do qual vai ou não estabelecer o regime fascista propriamente dito. Portanto, segundo essas condições, qualquer país poderá desenvolver o fascismo.

Em nossa análise, no entanto, partimos do desenvolvimento do próprio fascismo nas dimensões do imperialismo. Entendemos que do fascismo nascente, na Itália, até o fascismo atual, também há um movimento. Entendemos que ele (o fascismo) foi absorvido via institucional pelo próprio Imperialismo e que o seu inimigo principal é o Socialismo, a esquerda revolucionária. Quando esses regimes se formam em países periféricos do imperialismo, só avançam sob a manutenção e supervisão dos grandes Estados monopolistas. São eles que promovem e deixam avançar até determinado limite, até a destruição das resistências dos partidários da revolução. Se o maior país imperialista do mundo, os EUA, pode inclusive fazer parar uma obra de outra grande potência (no caso a Rússia), que beneficiaria a outra grande potência (a Alemanha), o que poderá fazer um país pequeno, quando esses que se dizem donos do mundo não avalizarem?

O irracionalismo mais contundente aparece sobre a crise estrutural do imperialismo, que ao tomar uma centena de medidas as quais não conseguem fazer sair da crise, apela para a guerra, que ao mesmo tempo é racional e irracional. Mas antes tem que liquidar as forças da revolução, as forças que diante da própria guerra possam levantar-se e dar a verdadeira saída para a crise do capital, isto é, a Revolução Socialista. Por isso, na elaboração das tendências levantadas pelo curso, faltou a ideia principal, de que, para lutar contra o fascismo é preciso que as forças revolucionárias saibam atuar em tal medida, para que a bandeira da revolução não seja liquidada. Sem a luz atuante no fim do túnel, é uma queda livre em uma luta espontânea. Cada Revolução Socialista no mundo é uma fortaleza a mais na luta contra o fascismo.

A ideia da institucionalização do fascismo na ordem imperialista, do ponto de vista objetivo, encaixa-se na OTAN, na CIA, que agem em todo o mundo como polícia política, além das próprias polícias que são efetivadas pelos Estados nacionais dependentes. Na relação que deve ser colocada ao bolsonarismo, e que não foi apresentado, é a sua filiação do Brasil à OTAN. O golpe, que foi estabelecido com todo apoio da CIA na efetivação da Lava Jato e seu monitoramento, abre espaço em todos os cantos institucionais, contando com o apoio dos grandes meios de comunicação. O Fascismo é a via consciente para impedir que as massas tomem um caminho bolchevique (aqui no sentido revolucionário universal), tal como a nascente fascista italiana, pleiteada por Mussolini.

A síntese leninista sobre o imperialismo, a qual é a antessala da Revolução Socialista, foi levada a sério pela burguesia imperialista. A experiência só tem demonstrado para a burguesia que se não existir um controle altamente organizado, coordenado, dirigido contra as organizações revolucionárias no mundo, estaria ela própria refém das crises, na espera que o “mal” explodisse e a deixaria de mãos atadas. Portanto, a sala ao lado tornou-se o pior pesadelo da burguesia imperialista que age em tempo integral para impedir que movimentos revolucionários possam ganhar as massas.

Por isso que dissemos, Bolsonaro é um lambe botas do imperialismo americano, seja o Trump, seja o Biden. Ele só existe por conta desses. No entanto, se a própria crise do Capital não atingisse a própria classe no poder, objetivamente e subjetivamente, os imperialistas poderiam levar seus planos tais quais previam, sem contradições, e logicamente o Socialismo não seria científico, não seria o novo, não seria uma ciência. Se ainda não existem forças que avancem em país tal para a revolução, a luta interimperialista acende a faísca, e a pressão entre esses grandes países a seus domínios tornam-se ameaçadas um pelo outro. O que eles não conseguem unir, o proletariado une, daí a tese marxista: “proletários do mundo, uni-vos”.

Por isso, se estamos falando de Fascismo e de como combatê-lo, o Socialismo é a melhor vertente de combate, essencialmente da classe operária com apoio daquelas classes intermediárias que não podem conter a ira desesperadora da grande burguesia diante da crise crônica do Capital, dando por ora um apoio tímido ou uma neutralidade necessária para que o proletariado possa avançar contra seu inimigo principal.

Derrotar o Fascismo é derrotar o Imperialismo. Por isso, a luta pela Soberania Nacional é uma meia revolução nos países dependente dos países monopolistas, pois se a ela nos referimos de forma verdadeira, só é possível com um novo poder político, feito de mãos dadas com o povo. Por isso, também podemos dizer que a derrota do fascismo é uma luta de libertação política Nacional (anti imperialista) e de classe, portanto Socialista.

 

Fora Bolsonaro, Mourão e sua Corja.

Abaixo o Fascismo.

Unidade dos revolucionários

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